Adolescência: olhares sobre teorias, dados empíricos e políticas públicas
por GÓES, Ângela Cristina Fagundes em
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A adolescência enquanto objeto de estudo e intervenção apresenta-se complexa devido a várias influências, como da família, dos grupos institucionalizados, da cultura e do momento histórico. Este estudo objetiva conhecer a produção científica sobre adolescência, desenvolver uma análise conceitual sobre a concepção de adolescência e seu desenvolvimento na literatura; construir mapas conceituais que buscam sintetizar o debate observado nas fontes consultadas e discutir a concepção de adolescência nas políticas públicas brasileiras voltadas para esse grupo populacional. Para isto, foi realizada uma revisão da literatura orientada por três origens: os textos teóricos, a literatura empírica e as políticas públicas. A literatura com bases empíricas foi identificada em cinco periódicos da área de saúde: Caderno de Saúde Pública, Caderno de Ciência e Saúde, Revista de Saúde Pública, Caderno CEDES e Revista Latino-americana de Enfermagem. Pode-se afirmar que a adolescência era apresentada de forma universalizada e naturalizada pelos primeiros autores que propunham uma concepção de fase de desenvolvimento marcada pelo conflito, a rebeldia e a irresponsabilidade. Recentemente, a análise sócio-histórica tem apresentado uma concepção questionadora. Na literatura produzida a partir de bases empíricas brasileiras foram estabelecidas cinco categorias: Sexualidade, Contracepção e Gravidez; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Uso de Substâncias Psicoativas; Escola e Trabalho e Violência. No estudo destes temas reconheceu-se uma concepção de adolescência como fase marcada pela vulnerabilidade e discutida a partir do conceito de risco. Não foi encontrado nenhum estudo que adote a proposta do empowerment com relação às políticas públicas. A concepção de adolescência nas políticas públicas baseia-se na idade cronológica, entretanto, essa apresenta variações de um órgão oficial para outro.